O Dr. M diz que temos que escolher bem as pessoas com quem viajamos. Eu não escolhi. Elas atravessaram-se no meu caminho e quando dei conta já estávamos bem enterrados na Península Ibérica.
Pediram notícias dos nossos dias em terras gaulesas. Estou pronta a falar! O distanciamento dos factos faz gelar as emoções.
Se por um lado o caminho foi tortuoso, as paragens foram revitalizantes. Arcachon e o deserto à beira-mar, Quiberon numa quase-ilha de pescadores, Carnac e o cenário de Obélix, Concarneau com música e dança celta, Auray vazio de peregrinos, Cancale das ostras intragáveis e um luar magnífico, Saint-Malo dos corsários e das gaivotas, Mont Saint-Michel e suas marés de gente, Dinant com muralhas e poesia, Brocéliande e a floresta encantada do Rei Artur, La Rochelle e a Ilha de Ré só com o barulho das ondas...
Na Bretanha, há gente simples de olhar tranquilo. A música e a paisagem enchem-nos a alma. Ninguém se sente forasteiro!
Gostei muito, mas senti falta do MadLcp. Se muitas vezes ele me traz intranquilidade, em viagem proporciona uma dialéctica que ajuda a traçar o caminho. O MadLcp não se comove com a simplicidade das coisas. Isso irrita-me, mas dá-me equilíbrio.
Posso não ter escolhido as pessoas com quem viajei, mas deixo aqui um recado ao Dr M. Houve problemas, mas cresci com eles. Com outras pessoas talvez visse uma Bretanha diferente e eu gostei muito da que conheci.