Um Conto de Escabeche (compilado)
Sete e vinte!
Já era a quinta vez que acordava e olhava para o despertador, sobressaltado, irrequieto, mais valia acordar de vez do que esperar que o despertador tocasse.
O despertador era o telemóvel, o fiel amigo, qual cão, que reproduzia sempre o primeiro som ao acordar. Raios partam o telemóvel, que de tão presente e inseparável se tornara um amigo de estimação.
Levantei-me pois sabia exactamente bem o ia acontecer hoje.
Preparei um café forte, acendi um cigarro e recostei-me na poltrona em frente ao computador.
Começava a ficar demasiado ansioso. A contagem decrescente estava prestes a começar.
Tinha passado estes últimos meses a preparar este dia. Finalmente ia pôr em prática o meu plano: acabar com meu amigo de estimação!
O vírus que criei estava pronto. Bastava carregar numa tecla para que ele se espalhasse.
Hoje os telemóveis do mundo inteiro iam deixar de funcionar!
Carreguei no "enter".
Hoje era também um dia diferente de tantos outros já vividos, pertencentes ao passado, porque hoje ia chegar uma encomenda que havia pedido há já algum tempo e que tanto ansiava ( naquela coisa da net, modernices! ), mas hoje nada nem ninguém me faz desviar a atenção, hoje..."
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