quinta-feira, agosto 03, 2006

Homonifesto Anti

Tem o meu nome mas não tem os meus defeitos, tem outros.
É um piça-mole.
Tem toneladas de potencial, para um grama de coragem.
Tem a cobardia de amar por trocos:
“Toma lá a cabeça deste, ofereço-te o coração daquele, renego a presença daqueloutro…
Mas dá-me o meu docinho por favor, eu sou pequenino e quero a saia da mãezinha…”.
Sabe mostrar o que vale ao mostrar o que não vale.
O meu homónimo, tem cabelo na venta e uma vida pacata.
Está seguro e está feliz, casado e com filhos está.
O meu homónimo é má vizinhança, é mau exemplo para as crianças.
É a prova viva de que não basta ser bom, é preciso mostrá-lo!
Ele mostrou que para ele é bom receber, mas é mau dar.
Ele cuspiu na coisa que eu mais prezo na vida: Armado do meu nome esventrou a Amizade e chamou-lhe lama. Conveniência.
“Claro que gosto de ti, mas só se puder, se não fode-te minha amiga!” - enquanto se fodia a si próprio.
Ou é mentiroso ou cobarde! – não me cabe a mim escolher. Em qualquer das duas é um desperdício.
Como um pleno anjo do céu, altivo, fiel, honesto, caiu como caiu Satanás e a sua aura partiu-se em cacos. Fez um acordo tremendo, ofereceu sua alma pura e tenaz à anarquia e à fraqueza. E nunca mais teve dor ou necessidade, inebriado nos seus despojos; claro está, tão pouco voltou a ter sossego.
O meu homónimo tem a espinha partida, é um Errol Flynn, cruzado com corcunda de Notre Damme. Todos temos pena dele, de tão belo a tão coitadinho…
É uma criança indefesa, que ferra como uma hiena.
Tem o meu nome, a minha empatia, e agora, as minhas condolências!

1 Comments:

At 9:36 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Que deprimente... és sempre assim?

 

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