terça-feira, maio 16, 2006

A1 - Sentido Sul/Norte - 2h00 am

Cassiopeia, esposa do rei Cefeu, era uma bela rainha da Etiópia. O orgulho pela sua beleza tomava-a arrogante a ponto de apregoar ser mais bela do que as ninfas do oceano, as Nereides. Esta presunção irritou as ninfas, que eram filhas de um dos reis dos oceanos, Nereu, não porque estivessem convencidos da sua superioridade, mas por Cassiopeia não perceber que a sua beleza exterior era algo que tinha nascido com ela, e não uma virtude que ela própria tivesse alcançado. Cassiopeia devia agradecer a sua sorte, e não vangloriar-se dela. Envaidecer-se por uma coisa que não tinha sido adquirida à custa de esforço pessoal mostrava uma pobre noção de valores. As Nereides pediram ao rei que governava os oceanos, Posídon (Neptuno), que punisse Cassiopeia pelas suas convicções e pelo seu distorcido sentido de valores. Assim, Posídon ordenou ao gigantesco monstro marinho, a Baleia, que destruísse o reino da Etiópia.
Quando o rei Cefeu e a rainha Cassiopeia foram informados da decisão de Neptuno, dirigiram-se a um velho e sábio oráculo da Etiópia para lhe pedirem conselho. Então este disse-lhes que deveriam sacrificar a sua adorável filha Andrómeda para apaziguarem os deuses marinhos. Apesar de isso lhes despedaçar os corações, amarraram Andrómeda a uma pedra num rochedo virado para o mar, sabendo que a Baleia, o monstro marinho, viria destruí-la. Quando o monstro começou a dirigir-se para Andrómeda, ela gritou por socorro. Entretanto, Perseu, que, montado no grande cavalo alado, Pégaso, regressava a casa com a cabeça da Medusa (veja a lenda de Perseu), ouviu o grito de Andrómeda e voou imediatamente em seu auxílio. Perseu chegou precisamente a tempo de virar a cabeça da Medusa para a Baleia, que se aproximava. O monstro parou imediatamente, pois o olhar da Medusa tinha a estranha propriedade de transformar em pedra tudo o que olhasse directamente para ela. Perseu teve o cuidado de guardar a cabeça na sacola e evitar que Andrómeda olhasse para ela. Depois libertou Andrómeda, que caiu nos seus braços. Quando eles se olharam nos olhos, ficaram imediatamente apaixonados.
Embora o deus do oceano tivesse ficado zangado por o castigo que havia decretado não ter sido cumprido, o amor de Perseu e de Andrómeda sensibilizou-o de tal modo que os colocou no céu, um perto do outro, para que o seu amor fosse sempre recordado por nós na Terra. No entanto, como Posídon entendia que Cassiopeia devia ser castigada, colocou-a numa posição em que ficasse eternamente condenada a girar em volta do pólo celeste, metade do tempo voltada para cima e outra metade virada para baixo.

1 Comments:

At 8:09 da tarde, Blogger c. said...

a história de cassiopeia é tão bonita, P.!Gostei muito de a ler.

 

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