terça-feira, agosto 29, 2006

Nuno Bragança
#A Noite e o Riso
[1969]


Eis-me – pela primeira entre muitas, futuras vezes – em fuga pela Cidade. Casas, árvores, gente e bicharada corriqueira perpassando de cada lado deste meu corpo em esforço de marcha acelerada. Necessidade de abandonar rapidamente um sítio, e por isso correndo para outro – qual ele será, quem sabe? A fuga consiste na recusa de algo. Tudo melhor do que isto: eis a questão. Qual esse tudo iria ser, breve o veria. Uma das raras certezas no existir humano é a de que, depois de uma situação, outra inevitavelmente nos enquadrará.