terça-feira, fevereiro 27, 2007

Nel mezzo del cammin di nostra vita
mi ritrovai per una selva oscura,
ché la diritta via era smarrita.
Ahi quanto a dir qual era è cosa dura
esta selva selvaggia e aspra e forte
che nel pensier rinova la paura!

Dante Alighieri
"La Divina Commedia"

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Bond, James Bond


Postal do Funchal


segunda-feira, fevereiro 19, 2007

(...)

You said today, you know exactly how I feel
I have my doubts little girl
I'm in love with something real
It could be me, that's changing


Interpol - C'mere

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

A primeira fotografia de sempre


Esta imagem é reconhecida como a primeira fotografia permanente. Foi produzida em 1825 pelo inventor francês Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo chamado betume da Judeia. Exigiu cerca de oito horas de exposição, pelo que a luz solar se tornou visível em ambos os lados dos edifícios.

Conhecida como "Vista da janela em Les Gras" ("View from the Window at Le Gras"), foi tirada duma janela para as traseiras do andar superior da casa dos Niépce, situada na vila Saint-Loup-de-Varennes perto de Chalon-sur-Saône. Representados na fotografia podem-se ver (da esquerda para a direita): o pombal; uma pereira, com o fundo de céu a atravessar as aberturas dos seus ramos; a cobertura inclinada do celeiro, atrás da qual aparecem a cobertura e chaminé baixa da casa do forno; e, à direita, uma outra ala da casa.

Se todos Mudamos, se Mudamos tanto e tão vertiginosamente
Que somos todos os dias uma pessoa diferente,
Como podemos amar alguém amanhã?

Lewis Carrol Perry III in "Palpitações de um dia vindouro", 1907

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Skrik





Passeava com dois amigos ao pôr-do-sol – o céu ficou de súbito vermelho-sangue – eu parei, exausto, e inclinei-me sobre a vedação – havia sangue e línguas de fogo sobre o azul escuro do fjord e sobre a cidade – os meus amigos continuaram, mas eu fiquei ali a tremer de ansiedade – e senti o grito infinito da Natureza.


Edvard Munch

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Os Cínicos

Na mais leve das razões, os cínicos vêm a razão para agir. Dissimulam actos, põe as suas caras-de-pau, não são sensíveis ao que podem subtrair de outros, nem estão preocupados em ver onde pousam seus pés de chumbo; pelo menos não enquanto em frenesim do acto cínico.
Têm belos sorrisos – pelos quais nos apaixonamos todos –, que lhes conferem uma sensação de perfeição; comportam-se a preceito: sabem escutar, preocupam-se com o que ouvem, mostram-se interessados e emitem opiniões interessantes, das quais se podem extrair grandes convicções e uma elevada opinião; é muito fácil levar um cínico a sério: a pecha não é como estão, é o que fazem. No entanto, os cínicos não abrem o jogo, não enquanto “não se pertencer ao clube”. No fundo, funcionam um bocado como a publicidade agressiva: apercebem-se de como agradar, realçam essas qualidades em si, negam este ou aquele defeito que sabem ter, não mostrando o que são mas o que o “público-alvo” gostaria que fossem.
A sua opinião tem dois tons: o que acreditam e o que mostram. Os cínicos até seriam boas pessoas – mesmo sem serem de confiança –, não fora a maneira impudente com que lidam com as convicções dos outros. Ao contrário do que pregam e de como se adornam, não se preocupam em compreender, não lhes interessa o justo, as razões dos outros são pó. Aliás, um cínico já sabe qual é a razão independentemente de tudo o resto. Tratam-se de juízes irredutíveis, quem olha e lhes confere credibilidade, quem se comove pela sua santa cara e iluminadas intenções, quem se abre e neles se apoia, corre sempre risco de desastre por esmagamento.
Às vezes, fica-se com a sensação de que o cínico age por narcisismo, elitismo, por medo até. Se calhar as suas raízes são paranóicas, sentem que toda a gente é como eles e que nunca poderão revelar suas forças e fraquezas, sobre pena de derrota estratégica e aproveitamento político. Para detectá-los, e ao contrário do que nos vendem nas novelas e romances de cordel, não basta olhá-los “olhos-nos-olhos” e perguntar suas motivações, antes se deve observá-los ao longe e ver como se comportam: O que dizem, como nos seduzem, como se apresentam, é muito diferente do que fazem. Pois este é o tormento dos cínicos, que com medo de que alguém os “tope” nunca estão descansados, um cínico simplesmente não consegue desfrutar de momentos de sincero relaxamento, de abertura de espírito efectiva. Por isso, imagino, os cínicos não se devem sentir nada bem na condição de embriagados: é que as verdades são menos densas que o álcool. Os seus sentimentos (bons e maus) são de papelão, montados numa estrutura tão ténue e tão complexa que vivem constantemente apavorados que possa colapsar numa torrente de emoções genuínas, revelando-se o cínico, nesse leito de destruição e verdade, um ser humano tão falível e tão próximo como qualquer outro.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O Pato

Infelizmente, esta foi a melhor versão da música que encontrei. O video é lixo, é desligar a imagem e desfrutar o som.

Em janeiro, não aguentei mais e subi a serra. Todos sabem como foram as águas em 60. Como choveu! Cheguei à fazenda, meti-me numas calças velhas e esperei a chegada daquela burrice calma que nos dá nove horas de sono sem sonhos. O mau tempo e o barro mantinham a todos presos em casa. Bom era quando odia amanhecia melhorzinho e eu e meu filho, ainda de pijama, íamos ver o trabalho das formigas cortando as roseiras do jardim. Mas qual! Quando o sol começava a querer esquentar vinha logo a chuva e nós corríamos para dentro. Uma noite, já ia apagar os lampiões, quando ouvi o motor de um carro que pelejava para subir a rampa. João Gilberto e Sra. estavam chegando. Tínhamos combinado que ele viria, mas, devido ao mau tempo já não acreditávamos que Joãozinho chegasse, e logo de taxi! Depois ele me contou que, atolado na lama, esperou um trator puxar o carro. Vinha cansado e descansou uns dois dias.
Então começamos a trabalhar. Fugíamos da sala onde brincavam as crianças prêsas pela chuva. Íamos para um dos quartos vazios, com fôrro de madeira, que aliás dão boa acústica. Lá, longe da cidade e do telefone, trabalhamos sossegados uns dez dias. De vez em quando o trabalho era interrompido pelas crianças que irrompiam no quarto trazendo algum filhote de tico-tico ou de coleiro "caído" do ninho. Nessa época do ano a trepadeira da varanda fica cheia desses ninhos de passarinhos pequenos. Às vêzes também as patroas entravam com um café cheiroso, biscoitos, e ficavam alí um pouco. Quando o tempo melhorava vinha o sol quente. Tomávamos banho de cachoeira e íamos flanar um pouco pelas redondêzas. Aí Joãozinho partiu. Dias depois recebo um recado; o disco estava atrazado e o Aloysio havia marcado a gravação. Desci também e começou a correria: estúdio, cópias, músicos. E tudo foi feito num ambiente de paz e passarinhos.

P. S. - As criancas adoraram "O Pato".

Antonio Carlos Jobim (texto da contracapa do álbum "O amor, o sorriso e a flor")

Fantas 2007


domingo, fevereiro 04, 2007




Grande som.













sexta-feira, fevereiro 02, 2007

GNR - Impressões Digitais

"Acho que o que gosto em mim o que me motiva é uma preguiça transcendental
E em ti o que me torna afim o que me cativa é esse sorriso vertical como uma impressão digital"

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

La Linea

Como não há uma sem duas -já dizia o profeta -, mais uma coisa do arco da velha que não resisti em transpor para aqui. Parafraseando o Manuel o que eu gostava (e gosto) disto! Muito fixe!

Every Sperm is Sacred


Visitei o "coisas do arco da velha" e lebredoarrozal que me perdoe o plágio, mas o timing é perfeito, o clip dos Monthy Python também.


Segue a letra:

DAD:
There are Jews in the world.
There are Buddhists.
There are Hindus and Mormons, and then
There are those that follow Mohammed, but
I've never been one of them.

I'm a Roman Catholic,
And have been since before I was born,
And the one thing they say about Catholics is:
They'll take you as soon as you're warm.

You don't have to be a six-footer.
You don't have to have a great brain.
You don't have to have any clothes on. You're
A Catholic the moment Dad came,

Because

Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

CHILDREN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite irate.

GIRL:
Let the heathen spill theirs
On the dusty ground.
God shall make them pay for
Each sperm that can't be found.

CHILDREN:
Every sperm is wanted.
Every sperm is good.
Every sperm is needed
In your neighbourhood.

MUM:
Hindu, Taoist, Mormon,
Spill theirs just anywhere,
But God loves those who treat their
Semen with more care.

MEN:
Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
WOMEN:
If a sperm is wasted,...
CHILDREN:
...God get quite irate.

PRIEST:
Every sperm is sacred.
BRIDE and GROOM:
Every sperm is good.
NANNIES:
Every sperm is needed...
CARDINALS:
...In your neighbourhood!

CHILDREN:
Every sperm is useful.
Every sperm is fine.
FUNERAL CORTEGE:
God needs everybody's.
MOURNER #1:
Mine!
MOURNER #2:
And mine!
CORPSE:
And mine!

NUN:
Let the Pagan spill theirs
O'er mountain, hill, and plain.
HOLY STATUES:
God shall strike them down for
Each sperm that's spilt in vain.

EVERYONE:
Every sperm is sacred.
Every sperm is good.
Every sperm is needed
In your neighbourhood.

Every sperm is sacred.
Every sperm is great.
If a sperm is wasted,
God gets quite iraaaaaate!

Photoshop + Maquiagem = Milagre

Procurava uma música entitulada Milagre e encontrei por acaso este clip entitulado "Maquiagem + Photoshop = Milagre". Faz-me pensar sobre a nossa percepção e expectativas.

Kim Wilde - Cambodia (1981)

Dentro de Paris, relembrei o odor exuberante dos "oitentas".