quinta-feira, junho 30, 2005

O petróleo começa a faltar

5 artigos publicados na última edição do Courrier Internacional, reforçados pelo editorial de Fernando Madrinha, alertam-nos para a possibilidade de, já em 2006 ou apenas em 2036, o petróleo começar a faltar. Desde 1998, o preço do petróleo subiu 170%, resultado de um aumento brutal de consumo. "Basta dizer que, só num ano, 1.2 mil milhões de chineses passaram a gastar mais 17% e, no prazo de 15 anos, terão duplicado esses gastos; em 2010, os mil milhões de indianos - que nessa altura já serão muito mais - terão aumentado o consumo em 30%; e os 300 milhões de americanos que, só por si, queimam um quarto de toda a produção mundial, passaram a usar, em 2004, mais de 200 mil barris por dia." O petróleo fornece 40% da energia do globo, o que significa cerca de 70% do necessário para os transportes, onde é praticamente insubstituível.
Este aumento de consumo não é acompanhado por um aumento de produção. Mais: os especialistas calculam que se esteja muito próximo do pico de produção, isto é, do ponto em que terão sido consumidas metade das reservas mundiais. King Hubbert, um geólogo da Shell (já falecido), demonstrou matematicamente que a exploração de qualquer jazida segue uma curva gaussiana (leva tempo a arrancar, depois aumenta vertiginosamente, estabiliza e cai abruptamente). A teoria de Hubbert verifica-se em todas as principais jazidas do planeta.
"A mensagem impõe-se com a força de uma evidência - o automóvel individual é um luxo de futuro incerto e a nossa civilização climatizada está em risco, a um prazo não muito distante."

Que país é este?

Elsa Raposo candidata-se à câmara de Cascais. Será da medicação?


E depois do adeus...

quarta-feira, junho 29, 2005


e para quem quiser ouvir...

TOM ZÉ

Fiquei muito triste por não ter podido ir ver e aplaudir esse surprendente Tom Zé. A tristeza ainda é maior, quando se gosta tanto do seu último disco e se está a 5 minutos de distância da Aula Magna com um bilhete oferecido na mão. Mas a P. foi, gostou e prometeu um post e uma fotografia sobre este extraordinário concerto.
Partilho convosco uma história: Caetano Veloso, no livro "Verdade Tropical", relata o dia em que viajava de avião com Tom Zé: " a rudeza de Tom Zé contrastava com a tecnologia do avião. Quando abordado pela hospedeira, que lhe perguntava se desejava alguma coisa, Tom Zé respondeu: "Aeromoça, me traga uma cachaça!"

Lisboa



Estava eu a lanchar uma queijadinha na baixa, quando fui surpreendida por uma multidão de gente alegre, de diferentes cores, formas e feitios. Será que o Carnaval tinha chegado mais tarde, por estas bandas? "Não, de todo!"- disseram-me-"É mais uma manifestação de gays e lésbicas." Tratei logo de ir tirar uma foto a esta gente que, visivelmente, gosta de ser fotografada.

Nota importante: a senhora da esquerda não é lésbica, travesti, muito menos gay, mas pertence a outra imensa minoria: a dos que só têm 31 dentes (#aumentem a ampliação da imagem#)

segunda-feira, junho 27, 2005

Espantalhos!!!


A não perder...

Adriana Partimpim


Há miúdos na plateia? Acordados?


Bela praia. Belo fim-de-semana. Quem não foi, que fique a saber o que perdeu!

É que é já a seguir!

"Eu já devo ter assistido a dez, doze jogos no Estádio do Dragão"


Luiz Felipe Scolari ao "Maisfutebol"

sábado, junho 25, 2005

"Devils & Dust"

Comprei, há tempos, "Devils & Dust", de Bruce Springsteen. É um grande disco com uma enorme canção: "The Hitter".

sexta-feira, junho 24, 2005

FCP

Madlcp tem-nos deliciado com inúmeras graças, nas noites de sábado. Hoje, a caminho do trabalho, e depois de ouvir as notícias de desporto da antena1, lembrei-me de uma: "por este caminho, o FCP passará a ser futebol clube do porto de galinhas, tal é a quantidade de brasileiros contratados para a próxima época"

"Coisas cá do rapaz"

Trancrevo parte da crónica do Lobo Antunes, na edição desta semana da revista Visão. Achei-a muito bonita. Faz-me lembrar alguém...
"Ao pé deste prédio mora uma senhora de idade, gorda, de grande cabeleira pintada de loiro, pálpebras azuis, boca escarlate, unhas escarlates, sempre vestida como para uma festa , a pobre, cheia de coisas que brilham, anéis, brincos, colares, toda engomadinha, toda cuidada, movendo-se a custo no interior de um perfume violento. Pára de vez em quando, para ganhar fôlego, fingindo interessar-se por uma montra, e os olhos pingam-lhe da cara, enormes, líquidos. Demora séculos a encontrar a chave da porta na carteira, demora séculos a acertar na fechadura, demora séculos a levantar a perna até se empoleirar no degrau subitamente enorme. Penar para que o resto do corpo suba, a boca, as unhas, as coisas que brilham: tão terrestre, tão pregada ao chão, tão pronta a entrar na terra. Não tarda, começa a afundar-se passeio abaixo, os sapatos, os joelhos, a cintura, os ombros, sobra a cara de fora e uma mãozinha a tremer, enquanto os soldados vão disparando na televisão desligada. (...)"

quinta-feira, junho 23, 2005

Álvaro Cunhal

Nunca nos poderemos esquecer que Cunhal lutou por Abril.

Caracol de vidro

Sal pedrado

segunda-feira, junho 20, 2005

Ainda o mamaroma...

"Graham Greene e Cunhal
Clara Ferreira Alves

O Eduardo Lourenço contou-me uma vez esta história. Tendo encontrado por acaso (Lourenço vive em Vence, na Provença) na estação de caminhos-de-ferro de Antibes, onde Graham Greene viveu os últimos anos da sua vida, o grande escritor, e tendo ficado embasbacado sem saber o que fazer, se abordá-lo com a conhecida e vulgar frase, admiro muito o seu trabalho, se simplesmente interpelá-lo dizendo sou português etc. e tal, resolveu o nosso sábio professor dizer alguns palavras ao inglês. Greene revelou-se amável para com a referência a Portugal, onde vinha com frequência para casa de uma amiga em Sintra, e confessou a Eduardo Lourenço que a única pessoa que gostaria de ter conhecido por estes lados, e parece que nunca tinha conseguido, era Álvaro Cunhal.
As simpatias esquerdistas de Greene eram famosas, e estavam escritas em vários textos e ensaios, e, sabe-se, foi-lhe mesmo recusado um visto para ir à América, por causa das ligações comunistas. Foi-lhe recusado esse visto a ele e a Gabriel Garcia Márquez, et pour cause, e ambos escreveram um hilariante texto sobre o assunto.
Mas, no caso da curiosidade por Álvaro Cunhal, que por esses tempos era um militante comunista saído da clandestinidade para a revolução, percebe-se que a atracção da Graham Greene não era tanto pelo chefe político e pelas suas crenças, e sim pelo símbolo ideológico e pela sua biografia torturada e resistente. Ou seja, o que o atraía em Cunhal era precisamente o que nos atraía em Cunhal, a sua dimensão mitológica e as suas características romanescas, para não dizer românticas. E também, claro, a sua dimensão pecadora e desviante. Cunhal era um segredo, um enigma, e morreu assim, embora nos últimos anos da sua vida se tivesse aberto como nunca ao mundo cá de fora, às pessoas, à beleza da existência e da vida sem o espartilho do cânone político e estético.
Apesar das falácias e dos erros, da perigosa obsessão pela pureza ideológica, da cegueira política, Álvaro Cunhal, que pudemos voltar a ver, num dos seus momentos mais ameaçadores, no duelo com Mário Soares do «olhe que não, sr. Dr., olhe que não» (transmitido pela RTP -Memória esta semana), quando ele se transformava no papão da liberdade e num Dr. Barreirinhas Cunhal que nada tinha a ver com os panfletos românticos do comunismo, incluindo os assinados por Manuel Tiago, Álvaro Cunhal, repito, era uma personagem de ficção. Daquelas demasiado boas para serem verdadeiras, e com uma espessura física e moral que transcende o que designamos, à falta de melhor, por vulgar condição humana. Nesse sentido, tal como o seu antigo pupilo, inimigo e adversário, Mário Soares, Cunhal era muito pouco português. Um homem da acção e do pensamento, que mudou a nossa história e que nunca se lamentava.
Todos quisemos, como Graham Greene, conhecê-lo, mas, pergunto-me se alguém pode chegar a conhecer alguém a não ser, como na ficção, imaginando. "

CHINA

Acerca da nossa discussão, meu caro MADLCP, aqui vai mais um argumento prático de como o sistema não funciona!

domingo, junho 19, 2005

Parabéns, ovatsuG!!

"Todos os dias quando acordo/ Não tenho mais o tempo que passou/mas tenho muito tempo./Temos todo o tempo do mundo/ (...)/ Somos tão jovens"

Renato Russo/Legião Urbana
"Tempo Perdido"

Perfeição

Porque uma canção basta para nos levar à comoção... a sua força, o seu início ou o seu desfecho, dois ou três acordes ou um refrão são, muitas vezes, suficientes..

Como quando Renato Russo (e a sua grande Legião Urbana) canta, no final de "Perfeição": "Venha, o amor tem sempre a porta aberta/E vem chegando a primavera/Nosso futuro recomeça:/Venha, que o que vem é perfeição" .

sexta-feira, junho 17, 2005

Purgar pela música

Das obsessões que calham a todos vida fora, tem-me calhado ultimamente não compreender a felicidade. Como fazem as pessoas para viverem consigo próprias? Como mantêm aquele sorriso genuíno caminhando descalças sobre cacos de sonhos? Como aceitam a impossibilidade de serem o que querem? Como se iludem tranquilamente seguras de tanta coisa que nunca virão a dedicar um segundo do seu pensamento?
Pois bem, o situação andava aguda e tive que consultar um especialista. Sabia bem o que fazer. Peguei no jornal, tirei um número: Prof. Jimba na Padumba, astrólogo, problemas financeiros, maus olhados, pé de atleta, crises metafísicas existencialistas, curo tudo. "Alô Prof. Jimba?... ah sim, desculpe Prof. Padumba...". Algumas horas de esclarecimentos enaltecedores e tinha a solução, sensata por sinal. Procure a beleza da vida nos prazeres da música. Procure esquecer, reflectir, exorcizar, deleitar, procure na música, está tudo lá. Tomei estes 1653 € em chamadas por bem empregues e assim tenho feito. Tenho vindo a descubrir que a música afinal não é uma cura, antes um tratamento por análgésicos, um universo paralelo onde posso vibrar e sonhar, uma morfina que, por momentos,nos faz tolerar a dor.

terça-feira, junho 14, 2005

Comendo uma laranja na falésia.....

Então não há relatos?

segunda-feira, junho 13, 2005

Adeus


Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,

e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

terça-feira, junho 07, 2005

Blog interessante para portistas e deportistas

Este blog é muito interessante poque fala da formação futebolistica do FCP e com links para outros clubes, para ler sem preconceitos.

segunda-feira, junho 06, 2005

Vira o rabo, zé povinho.....

Classe média «empobreceu 15%» desde 2001

"A classe média «empobreceu mais 15% em 4 anos», refere o Diário d Notícias de segunda-feira. O jornal ouviu Pereira da Silva, professor catedrático do ISEG, e diz que «as famílias portuguesas ganham menos, pagam mais impostos e têm menos benefícios sociais».
Os portugueses «têm sido muito pacientes face ao significativo empobrecimento que sofreram nos últimos anos», considera Carlos Pereira da Silva, professor catedrático vice-presidente do ISEG e presidente do Instituto dos Actuários Portugueses.
Só o IVA sofrerá, até ao final deste ano, um crescimento acumulado de quase 24% face a 2001, nota o economista destacando como factores que contribuíram para a perda de poder de compra: os efeitos da adesão ao euro (com os arredondamentos para cima a encarecer, em alguns casos, os preços dos produtos em 5%), e o aumento «brutal» do Imposto Municipal sobre Imóveis. " in diáriodigital.pt

sem comentários

sexta-feira, junho 03, 2005

A bola é quadrada

Ontem disputou-se o habitual confronto futebolístico das quintas-feiras entre a mítica Equipa 1 onde actuam estrelas do calibre de Vítor, Madeira e os Gustavos (ausência de Ricky), e os Outros onde pontifíca o craque Paulo "Ronaldo" Casimiro municiado por Uriel, o "menos 1". O golpe dramático desenrolou-se. Apesar completo domínio e profissionalismo durante a maior parte do desafio por parte da Equipa 1 (sempre com não menos de 4 golos de avanço), dez minutos de descalabro sentenciaram o jogo. Depois de 4, sim, 4 passes infantis para o ponta-de-lança adversário consecutivos convertidos em golo, cedendo o epate, assitiu-se a um festival de ressaltos e remates felizes que iam consolidando a liderança inesperada dos Outros. Em choque, os inúmeros adeptos da Equipa 1 iam vendo horrorizados a sua equipa perder um jogo onde, tirando os remates de bem longe, apenas uma vez os adversários concretizaram na sequência de uma jogada bem conseguida. Enfim, para a semana há mais.