ideias em escabeche
Escabeche: 1 -- molho feito à base de azeite, vinagre, cebola, alho e louro, que serve para condimentar e conservar peixe ou carne; 2 -- ornato para dissimular defeitos; 3 -- grande discussão(=banzé)
quinta-feira, agosto 31, 2006
quarta-feira, agosto 30, 2006
Conan O'Brien Emmy 2006 Intro
Depois desta introdução já nem vale a pena ver o resto da "cerimónia" ....
http://www.youtube.com/watch?v=i1q_8QQO70Q
Pergunta: Quem é que está dentro do armário?
No Direction Home - Bob Dylan
2: :: quinta e sexta :: 23h15
O encontro de um dos maiores cineastas em actividade, Martin Scorsese, com uma lenda viva da música, Bob Dylan.
(dez meses depois...)
terça-feira, agosto 29, 2006
Nuno Bragança
#A Noite e o Riso
[1969]
Eis-me – pela primeira entre muitas, futuras vezes – em fuga pela Cidade. Casas, árvores, gente e bicharada corriqueira perpassando de cada lado deste meu corpo em esforço de marcha acelerada. Necessidade de abandonar rapidamente um sítio, e por isso correndo para outro – qual ele será, quem sabe? A fuga consiste na recusa de algo. Tudo melhor do que isto: eis a questão. Qual esse tudo iria ser, breve o veria. Uma das raras certezas no existir humano é a de que, depois de uma situação, outra inevitavelmente nos enquadrará.
#A Noite e o Riso
[1969]
Eis-me – pela primeira entre muitas, futuras vezes – em fuga pela Cidade. Casas, árvores, gente e bicharada corriqueira perpassando de cada lado deste meu corpo em esforço de marcha acelerada. Necessidade de abandonar rapidamente um sítio, e por isso correndo para outro – qual ele será, quem sabe? A fuga consiste na recusa de algo. Tudo melhor do que isto: eis a questão. Qual esse tudo iria ser, breve o veria. Uma das raras certezas no existir humano é a de que, depois de uma situação, outra inevitavelmente nos enquadrará.
sexta-feira, agosto 25, 2006
Funerais
#Pedro Mexia
Nos funerais encontramos a família.
Nunca fomos tão claros
como no luto
e nas memórias anedóticas
que amenizam o morto.
Que sangue é o teu
para que o meu se assemelhe?
Alguns velhos trazem flores
que já ofereceram nos casamento
se entre eles decidem
que somos uma família,
conhecem os primos que não
conheço, lamentam a sorte
daqueles cuja sorte é conhecida,
são ainda mais graves
do que nós, e usam
diminutivos carinhosos.
O meu nome far-se-á pó
com o meu corpo, pensa
uma mulher que já é viúva,
há irmãos completamente mudos
e as crianças jogam à cabra-cega.
Seguimos em cortejo
compondo as gravatas,
o vento não percebe que morreu gente.
Dez pessoas acompanham o padre,
os outros já não se lembram
das orações,
dez pessoas pensam
no que têm pela frente,
os outros acompanham o caixão.
O coveiro mais novo
dentro de pouco tempo
enterrará o mais velho.
quarta-feira, agosto 23, 2006
domingo, agosto 20, 2006
sábado, agosto 19, 2006
Atente-se na letra de "Life on Mars", ou noutra qualquer canção de David Bowie que Seu Jorge reinventou para a banda sonora de "Um peixe fora de água". Rapidamente se percebe que Seu Jorge "entrou na alma de Bowie e contornou-lhe a penumbra, fazendo surgir das suas canções inesperadas auras de luz" .
Life On Mars?
# David Bowie (trad. Seu Jorge)
(...)
Meu amor não estamos sós
Tem um mundo a esperar por nós
No infinito do céu azul
Pode ter vida em Marte
(...)
quinta-feira, agosto 17, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
Homonifesto Anti
Tem o meu nome mas não tem os meus defeitos, tem outros.
É um piça-mole.
Tem toneladas de potencial, para um grama de coragem.
Tem a cobardia de amar por trocos:
“Toma lá a cabeça deste, ofereço-te o coração daquele, renego a presença daqueloutro…
Mas dá-me o meu docinho por favor, eu sou pequenino e quero a saia da mãezinha…”.
Sabe mostrar o que vale ao mostrar o que não vale.
O meu homónimo, tem cabelo na venta e uma vida pacata.
Está seguro e está feliz, casado e com filhos está.
O meu homónimo é má vizinhança, é mau exemplo para as crianças.
É a prova viva de que não basta ser bom, é preciso mostrá-lo!
Ele mostrou que para ele é bom receber, mas é mau dar.
Ele cuspiu na coisa que eu mais prezo na vida: Armado do meu nome esventrou a Amizade e chamou-lhe lama. Conveniência.
“Claro que gosto de ti, mas só se puder, se não fode-te minha amiga!” - enquanto se fodia a si próprio.
Ou é mentiroso ou cobarde! – não me cabe a mim escolher. Em qualquer das duas é um desperdício.
Como um pleno anjo do céu, altivo, fiel, honesto, caiu como caiu Satanás e a sua aura partiu-se em cacos. Fez um acordo tremendo, ofereceu sua alma pura e tenaz à anarquia e à fraqueza. E nunca mais teve dor ou necessidade, inebriado nos seus despojos; claro está, tão pouco voltou a ter sossego.
O meu homónimo tem a espinha partida, é um Errol Flynn, cruzado com corcunda de Notre Damme. Todos temos pena dele, de tão belo a tão coitadinho…
É uma criança indefesa, que ferra como uma hiena.
Tem o meu nome, a minha empatia, e agora, as minhas condolências!