ideias em escabeche
Escabeche: 1 -- molho feito à base de azeite, vinagre, cebola, alho e louro, que serve para condimentar e conservar peixe ou carne; 2 -- ornato para dissimular defeitos; 3 -- grande discussão(=banzé)
terça-feira, maio 30, 2006
domingo, maio 28, 2006
Eu sou 63% Mosca
Ora aqui está um site consideravelmente divertido que apesar das intenções funciona mal.
Seja como for, para quem quiser saber qual a sua probabilidade de ser irmão gémeo de uma estrela internacional clique em baixo.
http://www.myheritage.com/
sábado, maio 27, 2006
sexta-feira, maio 26, 2006
POEMA EM LINHA RECTA, de Álvaro de Campos
Comprei, na feira do livro, a Poesia de Álvaro de Campos...foi a melhor coisinha que fiz nestes últimos tempos...
POEMA EM LINHA RECTA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenha calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenha agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que, contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
quarta-feira, maio 24, 2006
terça-feira, maio 23, 2006
segunda-feira, maio 22, 2006
sexta-feira, maio 19, 2006
Com todo o respeito pela desgraça alheia!
Há décadas que andamos a ser invadidos e "comidos" pelos espanhóis! Seja através da aquisição de parte das nossas empresas, seja levando as nossas empresas à falência por fazerem melhor, seja inundando as nossas ruas com as suas lojas (Zara, Corte Inglês, e por aí fora), ficando com parte (grande, demasiado grande) da água dos nossos rios ou até levando os nossos futebolistas.
Agora tudo isso mudou!
Agora temos um novo Afonso Henriques!
Albertino de Figueiredo, presidente da AFINSA conseguiu enganar quase todos os espanhóis por quase todo o tempo e burlou-os em cerca de 1.005 milhões de euros! Viva o Albertino, que nos devolveu o orgulho! Viva Portugal! Façam-lhe uma estátua! E quando um espanhol o chatear diga-lhe "Vai mas é comprar sêlos ó panasca!"
(In e-mail que me chegou hoje pela manhã)
terça-feira, maio 16, 2006
A1 - Sentido Sul/Norte - 2h00 am
Cassiopeia, esposa do rei Cefeu, era uma bela rainha da Etiópia. O orgulho pela sua beleza tomava-a arrogante a ponto de apregoar ser mais bela do que as ninfas do oceano, as Nereides. Esta presunção irritou as ninfas, que eram filhas de um dos reis dos oceanos, Nereu, não porque estivessem convencidos da sua superioridade, mas por Cassiopeia não perceber que a sua beleza exterior era algo que tinha nascido com ela, e não uma virtude que ela própria tivesse alcançado. Cassiopeia devia agradecer a sua sorte, e não vangloriar-se dela. Envaidecer-se por uma coisa que não tinha sido adquirida à custa de esforço pessoal mostrava uma pobre noção de valores. As Nereides pediram ao rei que governava os oceanos, Posídon (Neptuno), que punisse Cassiopeia pelas suas convicções e pelo seu distorcido sentido de valores. Assim, Posídon ordenou ao gigantesco monstro marinho, a Baleia, que destruísse o reino da Etiópia.
Quando o rei Cefeu e a rainha Cassiopeia foram informados da decisão de Neptuno, dirigiram-se a um velho e sábio oráculo da Etiópia para lhe pedirem conselho. Então este disse-lhes que deveriam sacrificar a sua adorável filha Andrómeda para apaziguarem os deuses marinhos. Apesar de isso lhes despedaçar os corações, amarraram Andrómeda a uma pedra num rochedo virado para o mar, sabendo que a Baleia, o monstro marinho, viria destruí-la. Quando o monstro começou a dirigir-se para Andrómeda, ela gritou por socorro. Entretanto, Perseu, que, montado no grande cavalo alado, Pégaso, regressava a casa com a cabeça da Medusa (veja a lenda de Perseu), ouviu o grito de Andrómeda e voou imediatamente em seu auxílio. Perseu chegou precisamente a tempo de virar a cabeça da Medusa para a Baleia, que se aproximava. O monstro parou imediatamente, pois o olhar da Medusa tinha a estranha propriedade de transformar em pedra tudo o que olhasse directamente para ela. Perseu teve o cuidado de guardar a cabeça na sacola e evitar que Andrómeda olhasse para ela. Depois libertou Andrómeda, que caiu nos seus braços. Quando eles se olharam nos olhos, ficaram imediatamente apaixonados.
Embora o deus do oceano tivesse ficado zangado por o castigo que havia decretado não ter sido cumprido, o amor de Perseu e de Andrómeda sensibilizou-o de tal modo que os colocou no céu, um perto do outro, para que o seu amor fosse sempre recordado por nós na Terra. No entanto, como Posídon entendia que Cassiopeia devia ser castigada, colocou-a numa posição em que ficasse eternamente condenada a girar em volta do pólo celeste, metade do tempo voltada para cima e outra metade virada para baixo.
domingo, maio 14, 2006
Vertigo, ou Porque a escolha da maioria não é sinal de riqueza
Nessie?!? Dumbo?!?
Neil Clark, curator of paleontology at the Hunterian Museum in Glasgow, sees striking similarities between descriptions of Nessie and what an Indian elephant looks like while swimming. And perhaps not coincidentally, a traveling circus featuring elephants passed by the misty lake in the 1930s at the height of the monster sightings.
According to a curator of paleontology, a swimming Indian elephant, (see image), looks strikingly similar to the Loch Ness monster, allegedly pictured in a 1934 photo by R. Kenneth Wilson taken at the height of the monster sightings.
"It is quite possible that people not used to seeing a swimming elephant -- the vast bulk of the animal is submerged, with only a thick trunk and a couple of humps visible," thought they saw a monster, Clark said in an interview.
quarta-feira, maio 10, 2006
Grant McLennan
CATTLE AND CANE
I recall a schoolboy coming home
Through fields of cane
To a house of tin and timber
And in the sky a rain of falling cinders.
From time to time
The waste memory-wastes
I recall a boy in bigger pants
Like everyone
Just waiting for a chance
His father's watch
He left it in the showers
From time to time
The waste memory-wastes
I recall a bigger brighter world
A world of books
And silent times in thought
And then the railroad
The railroad takes him home
Through fields of cattle
Through fields of cane
From time to time
The waste memory-wastes
The waste memory-wastes
Further, longer, higher, older.
segunda-feira, maio 08, 2006
David Mourão-Ferreira
E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos
E por vezes encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se envolam tantos anos.
David Mourão-Ferreira
sábado, maio 06, 2006
Herberto Helder - Os Passos em Volta
"tikkun olam ou os morangos silvestres"
excertos da entrevista a David Berman (Silver Jews), publicada no jornal expresso do dia 6 de Maio de 2006
"O objectivo é 'tikkun olam', reparar o universo. Todos os dias, a mais pequena acção deverá melhorar um pouco o universo. Temos obrigação de fazer aquilo que está certo. Todas aquelas pequenas coisas que eu fazia, como mentir ou enganar alguém, não são pequenas, são muito grandes."
(...)
"Qual a razão para, só quase 15 anos depois, de decidir a subir a um palco?"
"Quando entrei no processo de desintoxicação, de repente tive de me convencer a lidar com pessoas a que não estava habituado e de que não gostava. Também, durante a gravação do álbum, fui obrigado a responsabilizar-me por diversos aspectos da produção. Estava sempre disposto a regressar à minha caverna, mas, quando o disco saiu, um dia em que caminhava em Nashville, pela Tanglewood drive, pedi a Deus que me desse algum sinal acerca do que deveria fazer. Fazia parte das minhas experiências com a oração...No início da rua, colocava a pergunta - deverei fazer uma digressão em 2006? - e esperava que, no fim dela, surgisse uma resposta. Como estava convencido que não receberia qualquer sinal, a ideia de fazer concertos mal se chegava a pôr. No fundo da rua, havia um canteiro apenas coberto de relva onde, quando andava a passear o cão, habitualmente voltava para trás. Nesse dia, reparei que estava cheiro de morangos silvestres. Provavelmente os morangos crescem ali todos os anos. Mas eu escolhi acreditar que aquele tinha sido o sinal que andava à procura."
terça-feira, maio 02, 2006
O inflitrado, de Spike Lee
Boa noite, e boa sorte, de George Clooney
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Numa época onde quase já não se faz jornalismo de investigação, tal como se pode ler na última edição do Courier Internacional, é urgente ver "Boa noite, e boa sorte" e reflectir sobre a importância que um jornalismo de qualidade pode ter no nosso dia a dia. Edward Murrow, o jornalista da cadeia televisiva CBS no centro do conflito com o senador McCarthy, é de uma verticalidade impressionante, no tempo onde se fumava em directo na televisão. Filme com uma belíssima fotografia a preto e branco... escuro, como McCarthy; claro, como as palavras de Murrow.